Maniqueísmo é uma forma simplista de enxergar o mundo sob uma divisão entre o bem e o mal. Antigamente era usado como a definição de Deus, o do bem e diabo, o do mal. Hoje, se estende à essas manias nossas de OUsar definir qualquer coisa, pessoa, ou situação entre: isso ou aquilo, é ou não é, certo ou errado. É quando se instaura alguma dúvida, contradição, falta de perspectivae as transformamos em respostas por um aparente conforto.
Dia desses ouvi dizer que a felicidade não existe. Absurdo pra alguns? Pra mim não. Já viu alguém que é completamente feliz, alguém completamente infeliz? Bem, o que existe então, são momentos e situações: os de alegria e os de tristeza, os de paz e os de ansiedade os de bem e os de mal. Não quero aqui ser mais um relativista, mas quero trocar, porém alguns “ous” por “es”, e ponderar aquilo que eu e você fazemos e que não é do bem OU do mal, mas que nos traz coisas boas E ruins.
Faço aqui um paralelo com a prisão. Podemos viver ora em regime ora fechado ora semi- aberto ora aberto. Ao viver em regime fechado, nos prendemos a algumas “verdades”, nos bastamos nelas. Vivemos em uma cela compartilhada por algumas poucas pessoas, pouca mudança, poucas perguntas, mas muitas respostas. Em regime semi-aberto, em alguns momentos nos prendemos a algumas coisas, mas somos livres e abertos a outras, convivemos com mais gente, com mais mudanças, lidamos com opiniões, com o “porém” com o “talvez”. Em regime aberto, há muitas pessoas, convivemos com muitas mudanças, com diversas ideias e opiniões e passeamos por elas, mas não temos segurança. Esse também é um regime de prisão, e como tal, nos prendemos aos porquês, distantes das respostas.
De tal maneira, a liberdade talvez não exista – mas isso daria outro texto – e assim seguimos como presos, mas de regime em regime, dependendo do que e/ou do quando e/ou do onde e/o do com quem.
Por fim, cito a brincadeira do “bem me quer, mal me quer”. Meu bem pode ser seu mal? Meu mal pode ser seu bem? Bem e mal podem se tornar um só em dado momento? Sim ou não? Não tenho certeza. Vai da perspectiva e interesse de quem está julgando. Vai do quanto nos colocamos no lugar do outro. Vai de mim, vem de você.
Bonito texto!
ResponderExcluirLendo ele descobri que na maioria dos momentos estou em regime aberto. Porém, as vezes estar nesse tipo de regime me faz me sentir preso a um relativismo que não acaba.
Valeu pela reflexão Eduardo.
Abraços