sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre a vida.

Ao som de Victor e Leo e Strokes. Cheiro de churrasco no ar. Gosto de cerveja e melancia na boca. Na tranqüilidade e silêncio da noite. No calor do dia, da brasa que queimava e dos abraços daqueles que me cercam. Ao alcance dos vários tipos de sorrisos e olhares. Com o sentimento de, apesar de estar sozinho, não estar.

Fazer aniversário cansa. Pensar que alguém lá em cima riscou mais um dos meus anos na Terra me amedronta. Não porque eu ame a vida (o que não quer dizer que não ame), mas principalmente porque tenho muito a fazer. Quero me ferrar mais vezes; quero ser feliz mais vezes; quero ficar triste mais vezes; quero sorrir mais vezes; quero chorar mais; quero ajudar mais; quero sofrer mais; quero dormir mais; quero comer mais; quero ler mais; quero escrever mais; quero dançar mais; quero viajar mais; quero jogar mais; quero beber mais; quero viver mais. Mas quero viver uma só vez. Uma vez basta. Quero viver essa vida que, ainda que não seja bela, é interessante por demais. Uma vida que só é interessante por ser única e ter um tempo contado. Uma vida que nos proporciona experiências das mais variadas. Uma vida que abre caminhos e fecha portões; e uma vida que esconde caminhos e abre portões. Uma vida que te apresenta pessoas incríveis e pessoas desprezíveis. Uma vida que te machuca e que te alegra. Se a vida for bela, ela é bela pela sua diversidade, pelas suas possibilidades, pelos seus acasos e surpresas, pela sua rotina, pela sua complexidade e pela sua futilidade.

É incrível que ela – a vida – seja tudo ao mesmo tempo. Ela é e não é. Não é e é. Não é. É. Foi. Será. Seria. Poderia ser. É “jamais” e é “para sempre”. Enfim, a vida é isso (ou não). É tudo e nada. Por vezes temos tudo e por vezes temos nada. A questão é fazer o melhor possível com o que ela te dá, ainda que o seu melhor não seja bom o suficiente para o outro. Ainda que seu melhor seja melhor do que todos os melhores. Ainda que ela te dê muito. Ainda que ela te dê pouco. A vida, meus caros, é tão simples quanto essa frase. A vida, meus caros, é tão confusa quanto esse texto.

E eu fiz mais um ano de vida. Vida? Sim, vida.

Rafael de Paula

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