domingo, 7 de novembro de 2010

Engolido pelos sapos

Me peguei pensando sobre os sapos que temos que engolir todos os dias. Uma crítica da mãe, uma indireta de um conhecido, uma atitude inesperada de um amigo, um erro de alguém que você repete após ter criticado, uma crítica que você recebe por um erro, um mal entendido, uma brincadeira com fundo de verdade.

Não é de se desesperar. Isso é o que de alguma maneira muda algo, troca de lugar, assusta, magoa, causa dor, cria possibilidades e destrói representações. E simplesmente digerimos.

Tem gente que diz que têm que matar um leão por dia, e eu aqui preocupado com essa bobeira de engolir sapos. É uma bobeira, ou pelo menos devia ser. Diz então porque tem gente que ainda tem medo de sapo? Porque são vistos com asco e desgosto por muitos?

Ouvi dizer que os engolimos pra sermos menos chatos, menos brigões, pessoas mais receptivas. Bem, mas o que você acha de ser engolido por eles? Fingir que não ouviu, relevar por vir de um amigo, dar ao que ouviu um outro sentido. É. Talvez os sapos aos quais se referiam ao criar tal jargão se tratavam de leões.

É assim que me sinto hoje. Talvez não só hoje. Os sapos que engulo não são bem digeridos. Acho que a cada sapo que engulo, ele engole uma parte de mim também.

Bem, eu tenho a sensação de construir algo pra ser desconstruído, de levar na brincadeira e quando brinco não ser bem compreendido, de amar muito e não ser correspondido. Tenho medo de engolir sapos, e por eles ser engolido.

Ass: Só mais um mosquito aí.

Um comentário:

  1. po, metáforas legais!
    pena que foi só um mosquito que escreveu.. heheh
    espero que esse mosquito escreva de novo falando como sobreviver sem ser engolidos por sapos!
    abraço

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